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Open Banking: o que é e quais as oportunidades?

por Nídia Ferreira | 5 Março, 2019

Com o mundo digital em constante crescimento, é importante que as organizações adiram à transformação digital e adaptem a sua oferta para esta nova realidade, garantindo assim o seu crescimento e sustentabilidade.

 

Embora seja uma área mais sensível e com evolução mais lenta neste mercado, o sistema bancário tem tentado também adaptar-se gradualmente a esta realidade, fornecendo aos seus clientes meios para acederem aos dados da sua conta através do mundo digital.

 

Como se tem posicionado o setor bancário no mundo digital?

 

Nos últimos anos, muito tem mudado no sistema bancário. O crescimento de utilizadores no mundo digital tem levado a novas exigências nas formas de gestão bancária e de pagamentos e o surgimento de conceitos inovadores de empresas Fintech ou os testes de grandes empresas tecnológicas como Google, Facebook, Amazon e Apple, têm obrigado a uma evolução na forma de contacto com o cliente.

 

Inicialmente surgiu o Internet Banking, no qual se podia aceder a vários serviços através do computador, aparecendo posteriormente o mobile banking, onde tudo foi simplificado e se tornou possível a sua utilização através de um smartphone ou tablet.

 

Aos poucos caminhamos agora para a dinamização do Open Banking, um conceito que já é uma realidade e que se começa agora a destacar no mercado bancário.

 

O que é o Open Banking?

 

Até agora, sempre que se pretendia aceder aos dados bancários ou executar alguma operação à distância, era necessário utilizar uma plataforma ou aplicação específica de cada banco, obrigando muitas vezes o utilizador a saltar entre aplicações para fazer a sua gestão financeira.

 

Após a entrada em vigor do diploma comunitário conhecido como PSD2 (Payment Services Directive 2), desenvolvido a partir de 2015 e aprovado em janeiro de 2018, começou o que é chamado de “revolução” no setor bancário e que marca uma nova era de possibilidades para o utilizador na gestão dos seus dados bancários.

 

Com esta diretiva europeia, os bancos serão agora obrigados a disponibilizar uma API (Application Programming Interface) que irá permitir que aplicações e plataformas de terceiros, com autorização do utilizador, acedam aos dados bancários e, assim, ofereçam serviços inovadores ou alternativos que até aqui estavam apenas concentrados nas mãos das instituições bancárias.

 

No fundo, o Open Banking pode ser compreendido como uma cooperação entre instituições bancárias, startups, fintechs e gigantes tecnológicas de forma a trazer novos conceitos inovadores para o setor bancário.

 

Quais as vantagens do Open Banking?

 

Com o conceito de Open Banking, pretende-se que os utilizadores passem a ser os donos dos seus dados bancários e escolham quando e com quem pretendem partilhar essa informação, algo que estava centrado nas instituições bancárias até hoje.

 

Com a disponibilização das API’s por parte das instituições bancárias, começarão a ser lançadas novas aplicações, plataformas e ferramentas que irão oferecer ao utilizador uma grande evolução na sua gestão financeira. A título de exemplo, através do uso de inteligência artificial e Big Data, poderão surgir aplicações de gestão financeira que analisam todos os dados bancários como receitas e gastos para sugerir formas de poupança no final do mês. Além disso, poderão também surgir ferramentas de análise de aplicações financeiras, poupanças ou empréstimos que sugerem ao utilizador a melhor solução para o seu tipo de consumo ou necessidades.

 

Mais segurança para os utilizadores

 

Embora o Open Banking vá abrir portas a um conjunto de integrações e inovações de terceiros, a verdade é que este não é um conceito totalmente novo. Atualmente, já existem no mercado várias plataformas e aplicações que permitem ao utilizador aceder aos seus dados bancários, sendo para isso obrigatório colocar os seus dados de acesso à plataforma bancária.

 

Com este novo conceito, procura-se melhorar a segurança neste tipo de acessos, permitindo ao utilizador partilhar as suas informações financeiras sem inserir esse tipo de dados sensíveis.

 

Melhor experiência de utilização

 

Se até agora grande parte da evolução digital estava dependente das instituições bancárias, surge agora a possibilidade de um maior número de empresas contribuírem para este crescimento.

 

Irá assim surgir uma maior concorrência dentro das plataformas bancárias, obrigando a uma maior atenção ao cliente e à sua experiência de utilização.

 

Quais os grandes desafios do Open Banking para as organizações?

 

Se a dinamização do conceito Open Banking irá permitir uma grande evolução no setor bancário, a verdade é que apresenta também diversos desafios para estas instituições na gestão e partilha dos dados dos seus clientes.

 

Cumprimento do RGPD

 

Uma das primeiras grandes questões que tem atrasado a implementação do PSD2 são as limitações do Regime Geral de Proteção de Dados, em vigor na União Europeia.

 

Com o Open Banking, os bancos terão de partilhar os dados dos seus clientes com terceiros, algo que terá de ser muito bem definido e implementado para que não ponham em causa a privacidade e segurança dos dados.

 

Segurança e regulamentação

 

Outro dos grandes desafios que as instituições financeiras enfrentam é a regulamentação do tipo de dados a enviar e da segurança com que são transmitidos.

 

Em primeiro lugar, é importante definir quais os dados a serem partilhados, de que forma essa partilha é efetuada e em que condições. Depois, e uma vez que estão a lidar com informações pessoais e sensíveis dos seus clientes, é importante que as instituições financeiras e as empresas de Fintech garantam a segurança na transmissão de dados.

 

Um novo rumo para o setor bancário

 

Com a implementação do PSD2 e o alastrar do conceito de Open Banking, entramos agora numa nova era para o setor bancário, que terá de reforçar a oferta no digital e tentar descobrir novas formas de se relacionar com os seus clientes e de os fidelizar.

 

Abrir-se-ão novas portas para uma maior integração e colaboração entre plataformas. Criando um ecossistema mais completo, automatizado e amigo dos gestores.

 

Por exemplo, encontrará maior integração entre o seu software de gestão e as suas contas bancárias e assim poderá monitorizar em tempo real e através do seu software de gestão à informação de tesouraria da sua empresa, proceder à reconciliação bancária de forma automatizada, ou até mesmo de iniciar uma operação de pagamento, por exemplo a fornecedores, de forma imediata.

 

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