Em Portugal, e em grande parte dos países do mundo, a expressão semana laboral é sinónimo de cinco dias. No entanto, uma empresa Neozelandesa foi mais longe e resolveu experimentar um horário de trabalho repartido por apenas quatro dias. 

Segundo o CEO que implementou esta semana laboral de quatro dias, esta experiência foi um acordo com os colaboradores: em troca de menos um dia de trabalho, a equipa retribuiria com produtividade. 

Um horário de trabalho alternativo: como funciona 

O objetivo desta redução do horário de trabalho foi avaliar o potencial crescimento de produtividade e felicidade geral no local de trabalho, e a redução dos níveis de stress associados à rotina laboral. Veja como. 

Como funciona a semana de 4 dias 

A empresa Perpetual Guardian, que gere patrimónios e trata de aplicações e investimentos financeiros, emprega 240 funcionários e decidiu testar uma semana laboral mais curta. A experiência durou oito semanas, tempo durante o qual foram analisados os resultados, e apesar de o horário de trabalho ter sido reduzido em 20%, o salário dos colaboradores manteve-se. 

Este horário de trabalho de quatro dias começava à segunda-feira e terminava à quinta-feira, dando aos colaboradores da empresa neozelandesa um fim-de-semana prolongado todas semanas. 

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Os resultados são surpreendentes 

A satisfação dos colaboradores, se bem que bastante alta antes da experiência, aumentou com a semana laboral de 4 dias, bem como a sensação de satisfação geral com a vida. A perceção da carga de trabalho diminuiu, tendo os níveis de stress descido de 45% para 38%. O envolvimento dos colaboradores com a empresa também sofreu alterações: passou de 68% para 88%! 

O comentário geral é que as pessoas passam a encarar o seu trabalho como “mais estimulante”, sentiram “mais confiança nos team leaders” e ainda se viram mais valorizados e com mais autoestima em relação às suas funções no local de trabalho. Incrível o que uma mudança no horário de trabalho pode fazer, não é? 

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No entanto, e apesar de a semana laborar de 4 dias ser um objetivo do século XXI, nem todos se adaptaram às mudanças. Alguns colaboradores revelaram sentir-se mais pressionados para cumprir objetivos e respeitar deadlines num horário de trabalho mais curto, e ainda houve quem se sentisse “aborrecido” no dia extra de folga, e sentisse vontade de trabalhar. 

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Como implementar no seu negócio 

Antes de implementar uma semana de quatro dias no seu negócio tem de avaliar certos parâmetros como se esta redução no horário de trabalho do seu negócio seria viável, ou se precisaria de contratar mais colaboradores. Existem modelos de negócio em que uma semana de quatro dias implicaria mais contratações, nomeadamente no caso de empresas prestadoras de serviços. 

A lei portuguesa já prevê um horário de trabalho repartido em quatro dias semanais, no entanto, o dia tem dez horas de trabalho em vez de oito. Neste formato, os colaboradores trabalhariam as mesmas quarenta horas semanais, num horário de trabalho concentrado. 

Outra forma de implementar a semana laboral de quatro dias é, à semelhança da empresa da nova Zelândia, fazer uma redução gradual das horas de trabalho, mantendo a mesma remuneração. 

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Vale a pena? 

Semana de 4 dias e horário de trabalho de 32 horas: 

Se por um lado grande parte dos colaboradores sujeitos à experiência reportaram mais felicidade, bem-estar, maior oportunidade para passar tempo com a família ou para se dedicarem a interesses pessoais e aumento de produtividade, também houve quem não se adaptasse muito bem a esta rotina. 

Neste caso, em que se mantém a remuneração na totalidade, a equipa teria de assegurar o mesmo volume de trabalho em menos tempo, ou poderia resultar em custos adicionais para o empresário e para a empresa. 

Semana de 4 dias e 40 horas em horário de trabalho concentrado: 

Neste registo os trabalhadores “ganham” um dia livre por semana, o que obviamente lhes traz vantagens, mas trabalham mais horas por dia, o que pode ser difícil para alguns. Pode implicar um aumento dos níveis de stress, ao passar períodos mais longos no local de trabalho, interferir com rotinas familiares, ou causar cansaço e baixa de produtividade. 

No entanto, não haveria gastos extra para a empresa, já que as quarenta horas semanais continuariam a ser cumpridas. 

Em alguns casos (ex.: comércio), a redução do horário de trabalho pode levar à redução do horário de atendimento – e isto pode ter consequências negativas junto dos clientes ou consumidores, pelo que pode ter que se implementar outras medidas como rotação de horário para compensar. 

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Por estas razões, e depois de avaliados bem os prós e contras de cada situação, é aconselhável que fale com os seus colaboradores sobre as suas ideias para um horário de trabalho alternativo. Pode testar ambos para perceber qual é o apropriado para o seu negócio, para si e para aqueles que trabalham consigo. 

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A empresa Perpetual Guardian ficou convencida, e está ativamente a implementar este novo horário de trabalho, nas mesmas condições do estudo. E para o seu negócio, acha que teria vantagens? 

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