Negócios
Hotelaria e Turismo: como funcionar em tempo de COVID-19?
por Mariana Gomes | 7 Maio, 2020
O DNA turístico de Portugal conduziu a que um dos grandes objetivos para 2020, relativo à Hotelaria e Turismo, fosse atrair turistas de diversas nacionalidades com resultado num impulso económico nacional. Mas os planos sofreram perturbações involuntárias, não só a nível nacional, mas a nível mundial, devido ao aparecimento da pandemia COVID-19.
O panorama mudou drasticamente sem que as empresas usufruíssem da oportunidade de pensar de forma atempada e estratégica em planos de contingência.
As previsões do futuro do setor da Hotelaria e Turismo são assustadoras. E, tal como o vírus, o impacto das mudanças é imprevisível em todo o tipo de turismo, seja rural, cultural, de negócios ou religioso. Com olhos no futuro, o tema crítico levantado pela pandemia assenta na forma como será conseguida a rentabilidade, eficiência e sustentabilidade com o turismo a recomeçar a meio gás.
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O impacto apocalíptico na Hotelaria e Turismo
O inquérito do INE – Instituto Nacional de Estatística – e do Banco de Portugal, mediu o impacto da COVID-19 no país e o cenário registado foi sombrio no que respeita ao setor turístico. 7% das empresas de alojamento e restauração encerraram de forma definitiva, enquanto que 55% estão temporariamente encerradas. Apenas 38% destas empresas se mantêm em funcionamento.
As quebras na faturação, no entanto, formam um panorama ainda mais negativo: 98% das empresas do setor turístico registaram quebras. 70% destas quebras foram superiores a 75% e, segundo a Associação da Hotelaria de Portugal, a queda de faturação chega aos 100% em muitos hotéis.
Em Portugal, a Hotelaria e o Turismo são o cavalo de guerra da economia. A principal questão que se coloca é: como funcionar nos escombros do vírus e reerguer a indústria afetada por esta guerra?
Que armas usar em tempo de COVID-19?
Com as várias medidas de apoio anunciadas pelo Governo, como as linhas de crédito para a Hotelaria e Turismo, o diferimento de impostos e contribuições e o “lay off simplificado”, a adaptação a uma nova realidade está cada vez mais próxima.
Contudo, é impossível prever durante quanto tempo a Hotelaria e Turismo terão de combater a pandemia que assombra os negócios. É fundamental, por isso, reconquistar a confiança dos hóspedes a pouco e pouco.
A higiene e segurança serão os elementos-chave na retoma da atividade turística
O coronavírus é uma ameaça omnipresente que não só estará exposto nas medidas de restrição impostas, como também na cabeça das pessoas. Especialmente no que respeita a medidas de distanciamento social, higiene e segurança.
Como reforço da confiança para os turistas, o Turismo de Portugal criou o selo “Clean&Safe”, um reconhecimento que exige às empresas um protocolo interno de higienização para evitar riscos de contágio.
Esta distinção garante aos turistas o cumprimento de todos os requisitos de higiene e limpeza. As unidades turísticas devem apostar nestes aspetos como promoção e garantia de segurança, aumentando, assim, a confiança por parte dos clientes.
Os consumidores, que vivenciam um cenário incomum, vão passar a dar tanta importância aos procedimentos de higiene como ao preço ou à localização.
É fundamental trabalhar a oferta de valor da Hotelaria e Turismo em Portugal
Como recomendava um célebre slogan do Turismo em Portugal, muito anterior à pandemia do COVID-19, “Vá para fora cá dentro”, é o cenário mais provável após esta imensa cadeira de restrições que o país enfrenta. Por essa razão, as unidades turísticas, como hotéis, Alojamento Local e restaurantes, devem trabalhar a proposta de valor de Portugal como destino seguro.
O cenário ainda é imprevisível. A Hotelaria e Turismo têm de reunir forças e ir para a guerra. O objetivo passa por conseguir marcar a diferença como um país que responde de forma eficaz contra ameaças como a COVID-19.
Para conseguir este papel, medidas como o selo “Clean&Safe” são o primeiro passo. Contudo, existem outros aspetos que podem ser tidos em conta para aumentar o valor do setor da Hotelaria e Turismo. Focar as ofertas em elementos importantes, como o forte turismo rural, a existência de extensas zonas naturais, centenas de quilómetros de praias, um bom clima, várias ofertas de restaurantes ou extensas áreas exteriores, pode ser a maior arma na luta de atração de turistas.
Refletir sobre os modelos de negócio e traçar um plano
Numa fase na qual o setor está quase totalmente estagnado, é hora de refletir sobre o que pode ser mudado e otimizado no negócio. A hotelaria precisa de repensar estratégias que garantam uma maior eficiência em tempos que requerem novas abordagens. Simultaneamente, este planeamento representa uma preparação para o regresso gradual da atividade turística.
Manter presença online
Na mesma perspetiva, é fundamental repensar estratégias e ofertas. Como resultado desta crise, os consumidores tornaram-se digitalmente mais experientes. Esta tendência de pesquisa e compra online obriga as empresas a apostar neste meio para divulgação das ofertas. Assim, é importante apostar em canais de comunicação online e manter uma presença ativa.
Aposta na sustentabilidade
Por outro lado, surge a questão da sustentabilidade que será um elemento fundamental para os consumidores. A preocupação com o meio ambiente torna-se muito mais evidente após o confronto com uma pandemia mundial. Para os turistas, uma unidade turística sustentável não será uma opção, será uma obrigação.
Garantia de flexibilidade
Reagendamentos, cancelamentos e burocracias são as maiores preocupações dos clientes. Face a um cenário singular como o atual, é fundamental ser flexível em relação a estes temas que agilizam a relação com o público.
Hotelaria e Turismo: a gestão do negócio durante e após a pandemia
Como no passado, o setor turístico será um dos cavalos de batalha da nova economia de guerra em que estamos, e vamos continuar a estar, durante algum tempo.
Nesta luta inevitável, é fundamental capitalizar todas as armas necessárias. A aposta num software de gestão é uma das respostas para o acompanhamento do estado do negócio.
Apesar das limitações à atividade turística, é importante manter o controlo sobre todos os aspetos do negócio, acompanhando os resultados em tempo real e garantindo flexibilidade na gestão das operações.
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